Ninguém perguntou, ninguém pediu nem ninguém se importa, mas ontem, dia 7 de janeiro, a câmara municipal de Curitiba instituiu que a cidade passa a ser “a mais rock’n’roll do Brasil” e cria no dia 13 de julho (por ocasião de um festival que nem no Brasil foi) a celebração do dia do rock.
Eu teria meus próprios comentários a fazer sobre o fato, mas prefiro reproduzir aqui a fineza de um texto publicado pelo Instagram da Prefescura de Curitiba. Que delícia de texto, cara!
Curitiba, essa metrópole de ego inflado e alma de província, decidiu que é a capital mais rock’n’roll do país. Um feito histórico para uma cidade que mal consegue se entender no espelho, mas insiste em posar de intelectual frente ao Brasil. Os vereadores, claro, esses verdadeiros poetas da inutilidade, pararam tudo — fome, saúde, transporte — para votar um título que ninguém pediu.
Mas é típico de Curitiba. Esse ar de superioridade que fede a mofo. Se acha sofisticada, mas vive de boteco com banda cover de AC/DC pra um público que veste jaqueta de couro da C&A. E ainda tem a ousadia de cuspir no samba e no carnaval dizendo que “Curitiba odeia carnaval”, como se a amargura fosse algo de se orgulhar.
No fim, a “capital do rock” é só mais um delírio de uma Curitiba fubanga que tenta ser o que nunca foi. Uma cidade que confunde arrogância com cultura e que no esforço de parecer diferentona só consegue ser cafona. O Brasil ri, e com razão. Afinal, quem leva a sério um lugar se diz rock’n roll mas arrota conservadorismo barato?
Curitiba, a capital das bandas cover de Metallica que tocam em bares pretensiosos para cinquentões divorciados de extrema direita. Que mico!
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