No dia 11 de fevereiro de 2025, os gregos do Rotting Christ desembarcarão em Curitiba não apenas para um show, mas para um ritual. Uma liturgia sonora que une a mitologia helênica à visceralidade do metal extremo — e aqui, na terra das araucárias, esse encontro promete ser tão intenso quanto simbólico. 

Rotting Christ  um fenômeno antropológico

Há 35 anos, os irmãos Sakis Tolis e Themis Tolis fundavam a banda que viria a se tornar uma das mais importantes do black metal mundial. Oriundo de uma realidade muito diferente dos jovens escandinavos da segunda onda do black metal norueguês, o Rotting Christ construiu uma identidade única, mergulhando em narrativas pagãs, profunda crítica anticlerical e uma estética que evoca tragédias gregas modernas. Em álbuns como Theogonia (2007), eles resgatam deuses olímpicos em guitarras distorcidas, enquanto em Rituals (2016), transformam mantras e outros cânticos religiosos em hinos de rebeldia. Não à toa, sua música transcende o metal, podendo ser considerada como um manifesto cultural. 

Curitiba: Palco perfeito para um ritual de resistência

A cena do metal extremo curitibano, conhecida por sua veia underground e forte resistência ao mainstream, é o terreno fértil para essa fusão. O black metal grego, na forma de bandas como Rotting Christ e Varathron, é forte influência sobre nomes tradicionais do black metal curitibano como Murder Rape e os primeiros álbuns do Amen Corner. Mais recentemente, os piás do Noctus Arcanus citaram Rotting Christ e Septicflesh entre suas principais referências sonoras.

Desafiando convenções, o Rotting Christ encontrará em Curitiba um público que não apenas consome, mas decifra suas simbologias. Nas palavras de um de um amigo que foi um dos primeiros a comprar ingresso para o show: 

“Minha expectativa é que toquem muitas músicas do Thy Mighty Contract e Non Serviam, porque é a primeira vez que vejo eles ao vivo. Mas também tem muita coisa boa nos outros álbuns mais novos, como o Theogonia, por exemplo”.

Por que esse show é um marco para a cena local?

Enquanto shows de bandas mainstream lotam estádios, eventos como este mantêm viva a chama do underground. O Rotting Christ, que em sua última vinda ao Brasil fez shows apenas em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, escolheu justamente o Tork’n’Roll para a etapa curitibana sua turnê sul-americana — espaço grande, estrutura de excelente qualidade, que não fica em nada a dever para casas de show em São Paulo ou no resto do país. É a chance de Curitiba mostrar, mais uma vez, que a cena extrema não apenas resiste, mas se desenvolve ~na escuridão~. 

Rotting Christ no Carioca Club, em São Paulo, 2024.

Serviço:

🗓️ 11/02 — Rotting Christ + Torches of Nero 

📍 Tork’n’Roll (Av. Marechal Floriano Peixoto 1695 — Curitiba-PR) 

🎟️ Ingressos à venda no link 

Categories:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *