Meu caneco, que rolê difícil de explicar. Primeiro porque aconteceu de última hora depois do fiasco da Mad, depois porque foi intenso.
Para mim foi uma noite de primeiras vezes , porque eu nunca tinha visto nenhuma das bandas ao vivo. A casa abriria às 16h mas a dificuldade em conseguir um uber fez com que eu chegasse ao local faltando pouco para as 17h. Foi fácil fazer meu credenciamento como imprensa e, na ausência dos habituais ambulantes em frente ao CWB Hall, logo tivemos, eu e os chegados, que entrar.
Logo que entrei subia ao palco o Amen Corner, banda aqui de Curitiba que eu, no entanto, jamais vira tocar ao vivo. O show foi impressionante, com músicas muito bem compostas e arranjadas, especialmente aquelas datadas da década de 1990. A banda fez questão de localizar historicamente cada uma de suas composições, o que, para mim, como historiadora, foi especialmente ~saboroso~. Sou a favor, inclusive, de que todas as bandas datem suas composições ao subir ao palco.
Fui, devido ao calor, respirar do lado de fora e quando voltei para dentro da casa já estava o palco o Great Vast Forest. Primeiro que eu jamais ouvira falar nessa banda, que completa, nesse ano, trinta anos de existência, Mas também não sei de quanto tempo fora o hiato que os prevenira de ser mais ativos na cena do metal extremo. Me chamou a atenção como o visual da banda remetia ao black metal norueguês da década de 1990, o que era sintomático de seu som. Como exemplo, deixo aqui o lookinho do guitarrista, e desde já peço desculpas pela qualidade da fotografia:

Tirando um xabu que deu no microfone principal no decorrer do show, o som estava bem ok. O que, vamos combinar, é uma raridade para o CWB Hall. O show do Great Vast Forest foi clássico, intenso e curtinho, visto que a banda – talvez pelas dificuldades com o microfone – terminou antes do previsto. A banda seguinte estava prevista para as 19h20, mas eram 19h quando o show começou.
Mystifier… o que dizer senão PUTA QUE PARIU??? Primeiro que Mystifier é um patrimônio histórico brasileiro do black metal. Depois, que o show foi pesado, acelerado, intenso e – com exceção de mais um xabu que deu na primeira guitarra – foi perfeito. A qualidade do som estava excelente. O que, no entanto, não se repetiu na banda subsequente,
A banda seguinte foi Yoth Iria e todo mundo já estava com dó deles por terem sido abandonados no aeroporto graças ao fiasco da MAD Produtora. Devidamente resgatados pelo pessoal do Necrópole Hall de São Paulo, a banda se dirigiu, após o shows realizados naquela cidade. Aqui em Curitiba, no entanto, a banda caíra vítima da má qualidade do som do CWB Hall. E não teve como a presença de palco dos artistas salvasse a qualidade terrível do som, que soava como se a banda tocasse num banheiro. Eram graves, apenas graves, e não havia como ouvir mais nada que a banda tocasse,
Houve um momento em que desisti e me dirigi, bem puta da cara, para o lado de fora do lugar. Chovia, mas a irritação e a vontade de fumar eram grandes o suficiente para que eu enfrentasse o movimento que se ajambrava, tanto quanto possível, sob uma marquise na lateral do local. Posteriormente vi, via Instagram, que a banda pagara tributo a sua alma mater do black metal grego fazendo uma versão de Non Serviam, do Rotting Christ.
Eu estava chateada com a qualidade do som, mas estava certa de que o fiasco não se repetiria com a banda principal da noite, o Dark Funeral. Dark Funeral é uma banda formada na década de 1990 na Suécia que tem sido, desde então, referência no gênero do black metal. O setlist foi eclético, e abrangeu tanto clássicos quanto músicas mais recentes. Eu não prestei tanta atenção no show porque não parei quieta tentando fazer fotos e vídeos do palco.
Meu maior problema no decorrer das apresentações das bandas foi a preocupação com a produção de conteúdo para o Instagram desse blog e a responsabilidade de estar cobrindo o show como imprensa. Minha preocupação residia muito mais em pegar os melhores ângulos para fotos e vídeos do que, de fato, curtir os shows, o que achei, no geral bastante preocupante. Todavia cabe destacar que o público dos shows foi bastante educado e quando me enfiei na beira do palco para fazer fotos e vídeos, todos se mostraram bastante solícitos.
Quando os shows acabaram, um dos produtores me levou ao backstage, onde me vi num camarim cercada pelos membros do Yoth Iria. Eu não havia preparado nada para entrevistar nenhuma das bandas e creio que, na surpresa do momento, até meu inglês me falhou. Me senti estúpida e envergonhada e acho que a banda percebeu meu desconforto. O vocalista, Jim Mutilator, foi gentil e comentou um pouco sobre o propósito da banda e sobre o black metal grego. Me senti uma repórter de merda, mesmo não sendo repórter at all.
Já é quase de manhã, e acredito que amanhã terei tempo para repassar todas as fotos e vídeos feitas no Black Chaos Curitiba. Feito isso, vou atualizar o post com fotos e vídeos para que quem me lê tenha melhor noção do que estou falando.
Com isso, me despeço!
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