Após ter se destacado como finalista do concurso New Blood, promovido pelo Bangers Open Air, e abrir para os russos do Slaughter To Prevail, a banda curitibana Humanal lançou seu primeiro álbum completo, “Delirium”, ontem, dia 13/08. O disco chega como uma tentativa de consolidar a identidade do quinteto dentro do groove/progressive metal, mantendo a agressividade característica do metal, mas incorporando camadas harmônicas e letras densas, que convidam à reflexão.

Com dez faixas inéditas, “Delirium” articula peso e melodia enquanto aborda questões sociais e existenciais, transitando por temas como saúde mental, vaidade, vício, opressão e o impacto da tecnologia sobre a vida humana. Produzido por Tati Klingel (voz) e Mauricio Escher (baixo) e composto coletivamente pela banda, o álbum é descrito pelos próprios músicos como uma obra direta, sem floreios, que reflete experiências e inquietações contemporâneas.

Entre os destaques estão “Xawara”, inspirada no livro A Queda do Céu, de Davi Kopenawa, e “Burnout”, que retrata o esgotamento mental causado pelas pressões do cotidiano. Outras composições, como “Vanity”, “Echoes of Ether” e “Spiritless”, exploram alienação social, colapso ambiental e religiosidade como instrumento de poder, demonstrando a ambição da banda de unir peso e reflexão em cada faixa.

A Humanal foi formada em fevereiro de 2020, em Curitiba, e traz uma sonoridade que combina groove, metal progressivo e death melódico, com influências que vão do jazz à música brasileira, além de elementos de rock progressivo e metal extremo. Mais do que técnica e agressividade, o quinteto aposta em conteúdo.

O lançamento de “Delirium” marca, portanto, não apenas a estreia de um álbum completo, mas também a consolidação de uma banda que busca colocar peso, harmonia e crítica social na mesma equação, refletindo os dilemas e tensões de nossa época.

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